A energia nuclear, também chamada de energia atômica, é uma das formas de geração energética mais polêmicas que existem. Por um lado, é altamente eficiente e – se tratada da forma apropriada – limpa.
Por outro, foi responsável por grandes acidentes e devastações, quando lidada de forma irresponsável, como é o caso de Chernobyl. Além disso, há toda a memória afetiva da utilização militar da energia nuclear, e da utilização das bombas atômicas contra o Japão.
Polêmicas à parte, a energia nuclear é um recurso tecnológico importante para diversos países, especialmente aqueles que possuem uma grande demanda energética, mas não apresentam a disponibilidade ou disposição de queimar recursos naturais extremamente poluentes.
Entenda como funciona a produção de energia nuclear, suas vantagens e desvantagens:
Como funciona
O funcionamento de uma usina nuclear, ao desconsiderar-se toda a questão da matéria prima e radiotividade, possui um conceito semelhante a qualquer usina termoelétrica: um processo de fissão nuclear aquece água a uma pressão altíssima, que movimenta turbinas. As turbinas, por sua vez, utiliza esta energia cinética para ativar o gerador, que converte todo o trabalho em eletricidade na rede.
A principal diferença em relação a usinas convenciais, é que no caso da energia atômica, ocorre o processo de fissão nuclear – ao invés do tradicional processo de aquecer a água com calor de queima. A fissão nuclear consiste em, de forma simplificada, na separação de atômos (geralmente de urânio), em uma cadeia separações que gera calor e radiação intensos.
Vantagens
Se utilizada de forma controlada e responsável, a energia nuclear é apontada como uma das mais limpas que se pode ter, com ocupação de áreas moderadas. O maior problema em relação às questões ambientais resume-se à forma de lidar com o lixo nuclear gerado após o processo.
Além disso, a produção de energia nuclear exige pouca matéria prima em relação a termoelétricas baseadas em recursos naturais. Estima-se que a utilização de 1kg de urânio substitui a queima de quase duas centenas de toneladas de carvão mineral ou gás natural.
Os impactos disso – tanto no que diz respeito ao custo, quanto ao impacto ambiental de extração e liberação de gases poluentes – são gigantescos do ponto de vista ecológico.
Em relação à dependência de fatores externos, a energia nuclear está entre as mais independentes. Não depende do fluxo hídrico, como hidrelétricas, nem de fatores climáticos. Ainda, sua matéria prima, o urânio, é consumida de forma muito mais lenta – em torno de 750g de urânio para cada 100 toneladas de recursos naturais combustíveis, o que torna uma usina muito menos exposta a variações.
Desvantagens
Há duas grandes desvantagens na instalação de uma usina baseada na utilização de energia atômica. A primeira delas, diz respeito ao destino do lixo nuclear produzido após a geração energética. Atualmente, praticamente todo este material radiotivo e altamente tóxico é embalado em diversas camadas e recipientes de materiais como chumbo e concreto, e depositado no fundo do mar, ainda nocivo dentro destas camadas de proteção.
Outro problema está inerentemente ligado à manutenção e aos riscos de procedimentos incorretos na gestão de uma usina de energia nuclear. Embora, se bem cuidada, tudo indique ser uma forma de geração segura, erros podem gerar acidentes de proporções catastróficas.
O caso de Chernobyl é o acidente mais conhecido com usinas nucleares, onde a negligência e a irresponsabilidade gerou milhares de mortes, incontáveis doenças e um efeitos paralelos que são difíceis de mensurar.
Além disso, há uma questão de resistência psicológica bastante significativa. Embora todos os acidentes com reatores nucleares tenham ocorrido por negligência ou causas ambientais, como visto em Fukushima (Japão, 2011), as memórias dos efeitos de um acidente ou da utilização de uma bomba nuclear ainda são muito presentes na população, o que torna a opinial pública muito desfavorável ao método.